Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]

INÊS MARTO

INÊS MARTO

Poema sem título

Dentro em mim a prisãoDos sete níveis de sono inferno onde nasciDensas neblinas de atravessar solidãoPassos de vidro sobre a areiaPétalas de sonho à lua cheia
E dos rochedos vi aflorar fantasmasUivos de nudez apocalípticaE finda a minha cruz tornei-me águaOu sombra livre, canto-terraDos medos meus teci lençóis onde dormirPerdida em mim sem ter mais por norte o meu peitoAmei sem ontem a pintura que eras, minhaE por te amar desenlacei meu mar desfeitoQuebrei as flores na espuma frágil do agoraParti em busca da minha negrura lunarE descobri-me feiticeira nos meus versosCom luz e sombra no meu espelho por beijar
 
[Poema sem título, decorrente de um exercício realizado para a unidade curricular de Estudos de Performance, a 27/09/17, onde me obriguei à espontaneidade e à não revisão, enquanto simultaneamente me forcei a manter-me na minha pele e no presente (contrastando com a divergência de escrever), obrigando-me ao contacto visual permanente com quem passava na rua, e sorrindo-lhe, ao mesmo tempo que lia diferentes poemas de Natália Correia - que serviram de incubação anterior à escrita.]