Poema sem título
Dentro em mim a prisãoDos sete níveis de sono inferno onde nasciDensas neblinas de atravessar solidãoPassos de vidro sobre a areiaPétalas de sonho à lua cheia
E dos rochedos vi aflorar fantasmasUivos de nudez apocalípticaE finda a minha cruz tornei-me águaOu sombra livre, canto-terraDos medos meus teci lençóis onde dormirPerdida em mim sem ter mais por norte o meu peitoAmei sem ontem a pintura que eras, minhaE por te amar desenlacei meu mar desfeitoQuebrei as flores na espuma frágil do agoraParti em busca da minha negrura lunarE descobri-me feiticeira nos meus versosCom luz e sombra no meu espelho por beijar