Inconstante...
Pirata sem rumo, sem leme, sem vela. O tempo desfaz-se em fumo, no casco da caravela...
Ficam promessas, desabafos, amarguras, exageros... ficam linhas sem sentido e rimas desfeitas sem razão... ficam palavras sem nexo, para esconder a solidão. Escreve-se por razão nenhuma, e sem nada para dizer... é ritual, é raíz, estranha forma de viver...
E confessam-se pequenos nadas em arabescos deformados, libertam-se mágoas em silêncios suspirados...
E está na ponta dos dedos o cofre, a chave a alma... o desejo, a calma... o sangue, o sonho, o núcleo...
Ficam nos textos quebrados os pedaços do que sou...
Pseudo-esquizofrenia, loucura, patologia, arte, alucinação...
Esperança ténue, poesia, retalhos de asas, solidão...