Flor de esperança
Quantas canções se gastaram na tua lembrança,
No granito imune ao tempo destemida flor de esperança,
Há uma lágrima de prata a segredar o teu nome
Nesse palácio de espelhos que a madrugada consome
Quantas vezes apagaste o meu nome rarefeito
Entre a espada e a parede somos um sonho desfeito
Um equilíbrio fatal entre a queda arriscada
E o doce precipício que atravessa a madrugada
Eras a jangada audaz do grito sobrevivente
Mas a verdade desfaz a ilusão consciente
Toda farsa tem um fim, toda a lírica esmorece
Quebro o espelho carmesim onde o narciso floresce
Não há versos que nos salvem desta cortante evidência
Resto em rasgos das memórias onde impões a minha ausência
E se a seiva já se cansa de brotar em poesia
Não há flor que sempre alcance essa letal maresia
Se a despedida me mata mais do que a morte aguardada
Mais morria se guardasse a pérola envenenada
Que me sobra do teu beijo que hoje expulso em tempestade
Lâmina em cruz sobre o peito que faz jus à liberdade.
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